ARM Apresenta ‘Chip De Plástico’ E Promete Mudar Internet Das Coisas

ARM Apresenta ‘Chip De Plástico’ E Promete Mudar Internet Das Coisas

Pesquisadores da ARM e da PragmatIC revelaram, em 21 de julho, uma tecnologia que promete demonstrar todo o potencial da Internet das Coisas (IoT). Se, atualmente, encontramos chips em dispositivos que, há alguns anos, não imaginaríamos carregá-los, em breve tais componentes poderão estar presentes em muito mais itens. Conheça o PlasticARM, processador flexível baseado em plástico e o mais complexo equipamento do tipo desenvolvido até então.

Em artigo publicado na revista científica Nature neste mês, a companhia apresentou o protótipo, que possui uma CPU Cortex-M0 inédita de 32-bits, 456 bytes de memória ROM e 128 bytes de memória RAM. Aliás, a expectativa é de que, com a evolução dos estudos, ações como imprimir essas pecinhas em diversos materiais, a exemplo de papel, e integrá-las a superfícies variadas com investimentos baixíssimos (centavos) se tornem realidade.

ARM chipChip baseado plástico revolucionará IoT, defende ARM

Como era de se imaginar, por enquanto, o cenário descrito não passa de um sonho, já que os chips estão longe de garantir funcionalidades semelhantes às oferecidas por soluções de silício. No estágio em que se encontram, seus circuitos são capazes de executar apenas programas de teste criados exclusivamente para avaliações de construção. De todo modo, a equipe por trás do projeto afirma que se dedica a novas versões, nas quais poderá instalar códigos inéditos.

“Milhões de objetos do dia a dia, como embalagens de alimentos, roupas e bandagens, poderiam se beneficiar da inclusão de inteligência. Mesmo que os microprocessadores estejam no centro de cada dispositivo eletrônico e que os custos unitários tenham sido drasticamente reduzidos ao longo do tempo, os valores relacionados a eles podem ser um dos desafios para certas aplicações de alta demanda. Designers precisam procurar métodos e materiais alternativos”, destaca a ARM em seu anúncio.

Por que e para o quê?

James Myers, engenheiro da empresa, disse à revista britânica NewScientist não acreditar que os chips em questão substituirão facilmente aqueles dos quais dispomos hoje em dia. Dentre suas desvantagens, exemplifica, está o consumo ineficiente de energia – com perda de 99% daquilo que exigem (21 miliwatts). Além disso, quando comparados aos disponíveis na indústria, são muito maiores; para o desempenho que possuem se igualar ao do Cortex M0 tradicional, teriam de “crescer” 1.500 vezes.

Ainda assim, de acordo com o profissional, o benefício dos componentes reside nos objetivos para os quais são destinados. “Se vou colocá-los em alfaces para monitorar a vida útil dos vegetais, vêm bem a calhar”, afirmou. John Biggs, também engenheiro da big tech, vai além, pois defende que a viabilidade comercial dos processadores de plástico, junto ao aprimoramento da técnica, se traduzirá em sensores e rótulos inteligentes que atenderão a inúmeros mercados.

Biggs prevê, com os dispositivos, ampliação de sustentabilidade, redução do desperdício de alimentos e promoção de economia circular. “Pessoalmente, acho que a área de saúde seria a mais impactada. Esta tecnologia realmente vai ao encontro da construção de sistemas de monitoramento descartáveis e inteligentes que podem ser aplicados diretamente na pele”, disse o pesquisador.

ARM chipProtótipo da nova tecnologia ainda é modesto

Bilhões de chips por aí

Pequenas ambições? Não para a ARM. Afinal, a companhia alega estar inaugurando a possibilidade de integração de bilhões de microprocessadores ultrafinos e adaptáveis a itens encontrados na rotina de qualquer pessoa por um custo extremamente baixo. Isso porque substratos alternativos como base de chips maleáveis, aliados a semicondutores finos, sejam orgânicos ou não, garantem espessura e adaptabilidade sem precedentes.

“Ainda estamos desvendando no que aplicá-los, assim como as mentes por trás do processador original na década de 1970 o fizeram com sua criação. Embalagens inteligentes? Sensores de gás que podem dizer se é seguro ou não comer algo? Que tal adesivos vestíveis de saúde? Bem, os projetos aos quais nos dedicamos são, certamente, divertidos”, finaliza Myers.

Artigo Nature: doi.org/10.1038/s41586-021-03625-w

Fonte: tecmundo.com.br

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