Antônio Carlos Lima, coordenador do curso de Logística da Braz Cubas, explica as perspectivas dos drones atualmente;
O mercado de drones no Brasil é o maior da América do Sul, possuindo um faturamento em torno de R$ 370 milhões
É notório que os drones estão cada vez mais comuns na sociedade brasileira, e a tendência é que estes estejam ainda mais presentes nos próximos anos. Mas afinal o que são drones? São chamados de Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT), que possuem diversos tamanhos, controlados remotamente. Inicialmente, tinham uso militar, mas hoje possuem uma variedade grande de uso, desde o monitoramento de áreas agropecuárias, filmagem de pequenos e grandes eventos, transmissões de atividades jornalísticas, entregas de encomendas, diversão, e, claro, também utilizado pelas forças armadas do Brasil, em prol da segurança da população.
Antônio Carlos Lima, coordenador do curso de Logística do Centro Universitário Braz Cubas, aponta que a procura por drones aumentou significativamente nos últimos anos por consequência de sua praticidade e diversas aplicações tanto pessoais como profissionais. “Os drones facilitam resolver os mais diversos tipos de problemas, principalmente os que não podem ser solucionados em solo. Por exemplo, a polícia de Santa Catarina vai começar a usar drones para monitorar suas rodovias e multar os que trafegam acima da velocidade permitida. A necessidade de usar drones para o monitoramento dessas rodovias é para a prevenção de futuros acidentes, proporcionando uma segurança maior aos usuários que transitam nelas”, explica.
Uma tendência promissora também é o uso dos drones para entregas. “Nos Estados Unidos, diversas empresas já investiram nesse mercado, realizando entregas de diversos produtos, desde comida a itens pessoais. Além disso, outros lugares utilizam a tecnologia, como em Gana, em que foi utilizado drones para a distribuição de vacinas em lugares remotos”, conta Antônio.
O professor de logística ressalta ainda que o e-commerce e os aplicativos de comida cresceram muito durante o período da pandemia, o que alavancou o número de entregas, tendo nos drones uma das soluções para a alta demanda. “A grande vantagem da entrega por drone é a rapidez combinada com a diminuição de custo, por isso, está crescendo cada vez mais, sendo utilizada por todo o mundo. Um ponto de atenção é que no Brasil o serviço de entregas ainda está nos primeiros passos de seu desenvolvimento.”
Como funciona uma entrega por drone?
A entrega por drones no Brasil funciona em duas etapas. A primeira ocorre com o drone saindo do depósito central com as encomendas para pequenos depósitos situados estrategicamente nas diversas regiões de uma cidade. Na segunda, os motoqueiros efetuam a entrega física aos seus clientes, fechando o ciclo de entregas.
A necessidade das duas etapas se refere a entrega em apartamentos e locais de difícil acesso ainda para os drones nas cidades do Brasil, seja pelos fios de eletricidade ou por outro problema.
Recentemente a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) permitiu que um aplicativo de comida realizasse testes de entregas por drones no Brasil. As cidades escolhidas foram Aracaju e Barra dos Coqueiros, em Sergipe. Esses testes possuem especificações, como a capacidade de carga, a altura e a velocidade dos voos, entre outras.
Contudo, hoje o Brasil ainda se prepara para ter publicada uma regulamentação específica para drones, a chamada normativa (IN) dos Drones, que começou a ser constituída ainda em 2018.
“O mercado de drones no Brasil é o maior da América do Sul, possuindo um faturamento em torno de R$ 370 milhões, porém ainda é um mercado novo e que tem muito a ser desenvolvido. Em outros países o uso de drones é mais comum, mas o processo até que as autoridades brasileiras regularizem acerca dos drones possui uma demora, pois deve-se levar em conta a adaptação dos profissionais e a burocracia. Então, pode-se esperar que cada vez mais veremos essa tecnologia em nossas vidas”, enfatiza.
Falta de fiscalização e seus impactos
Antônio ressalta que as normas de fiscalização ainda estão em fase embrionária. Por isso haverá ainda um tempo para que haja mais implantações de soluções através de drones por todos os setores produtivos e de serviços. “Contudo, a pressão pelos seus usuários fará com que os órgãos governamentais se adiantem sobre esse tema”, reflete.
Uma das alternativas para o entrave legislativo e fiscalizatório, segundo o professor, são as cartas autorizativas para quem deseja pilotar um drone, seja ele para uso a trabalho ou diversão, mas é paliativo e o setor precisa de regulamentação permanente.
Por fim, ele aponta que o uso dos drones no Brasil terá uma alavancagem enorme, exatamente pelas diversas possibilidades de uso nas cadeias, tanto produtiva como o de serviços.
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