Por Rodrigo Casagrande, Community Manager da BHub, primeira startup de Gestão por Assinatura (GPA) da América Latina
O mundo das máquinas e da inteligência artificial avançou tanto que, às vezes, a figura do homem parece dispensável. As máquinas evoluíram, trabalham sozinhas. Quem não se lembra do filme “Eu, Robô”, de 2004 e estrelado por Will Smith? Parecia algo muito distante.
Uma pesquisa encomendada pelo Fórum Mundial Econômico revela que a tecnologia e automação irão extinguir 85 milhões de empregos no mundo até 2025. Mas toda essa gente não deverá ficar fora do mercado de trabalho, afinal, a tecnologia carece da sensibilidade humana. Não tem robô sem ser humano, lembre-se disso.
Nas grandes revoluções tecnológicas, sempre ocorreram cisões com antigos paradigmas. Até o advento da informática no Brasil, antes da década de 1990, as redações de jornais, por exemplo, tinham digitadores. Sim, os repórteres escreviam suas matérias em máquinas de escrever, e para rodar na impressora era preciso digitar todos os textos em máquinas capazes de imprimir as frases para os jornais. Parece algo impensável para os dias de hoje quando abrimos nosso MacBook de última geração. No entanto, essas pessoas não foram demitidas na época, pois suas expertises junto às letras lhes conferiram funções de revisão, de finalização, entre outras.
Válido ressaltar que todas essas mudanças exigem de nós muita resiliência e agilidade para aprender novas habilidades e manter a performance esperada. A tecnologia, apontada pelo Fórum Econômico como algoz de 85 milhões de empregos ao redor do mundo, é a aliada do homem na execução das tarefas, e cabe a ele modificar conceitos e adaptar toda a mão de obra para a operação laboral junto às máquinas.
Utilizar a tecnologia para todos os âmbitos da vida é fundamental, mas é preciso olhar, de fato, para as pessoas. Vale mencionar que cada vez mais as empresas precisam se preocupar com o cuidado humanizado ante aos seus colaboradores, não se limitando a oferecer apenas benefícios que possam ser mensurados pelo salário, mas pela qualidade de vida.
A tecnologia, por si, não gera transformação, mas a capacidade de abstração e navegação das pessoas que fazem o uso dela como ferramenta no dia a dia é a verdadeira capacidade de transformação nas relações de trabalho e estreitamento dos vínculos profissionais e pessoais. Portanto, a tecnologia e a inovação são os meios para alcançarmos os nossos objetivos e, as pessoas, o fim. A jornada será impactada de diversas formas, e se a inovação não for para melhorar e a tecnologia para democratizar, otimizar acessos, é preciso repensar.
Ressalto que escassez de mão de obra qualificada apta para atender desde demandas mais simples até as mais robustas, obriga as empresas a terem diferenciais para atrair os melhores talentos em tecnologia, pois trata-se de um mercado extremamente competitivo. Empresas que se destacam no mercado com profissionais com alto desempenho, são aquelas que proporcionam desenvolvimento de carreiras, atualização, treinamento, autonomia e consequentemente, aprendizados.
Mais do que entender de processos, vender serviços e fomentar negócios, o mais relevante e desafiador para as empresas de inovação é esse dia a dia, isto é, entender com precisão a operação e dar às pessoas senso de pertencimento, contribuindo para suas vidas não somente profissionais.
Quem já ouviu a expressão – “students for life” ou o “lifelong learning” em ferramentas e modelos de gestão aplicados à tecnologia? Com essa devida aplicação prática – as pessoas ficarão mais próximas de alcançarem seus sonhos e objetivos.
Válido lembrar que a tecnologia nem sempre é utilizada para o bem, vide a guerra entre Rússia e Ucrânia, em que a Rússia. O drone que entrega comidas no conforto de casa, tem a mesma base tecnológica dos drones que com miras especiais e que acertam alvos há quilômetros de distância.
É fato que a tecnologia vem criando condições para avanços e aprimoramentos em todas as áreas humanas e segmentos de negócios. A conexão entre as pessoas, quando bem estruturada, pode dar origem ao que mencionamos como comunidade.
Por fim, avalio que devemos buscar uma simbiose – usar o poder fantástico de computação das máquinas em favor da nossa criatividade e à diversidade de pontos de vista, pois, a sinergia, quando bem aplicada, traz grandes resultados. Fato é, que para chegarmos ao momento pujante de tecnologias que desfrutamos hoje, foram necessárias muitas camadas de colaboração ao longo dos tempos. Mas diante desse contexto, é como dizem por aí: o caminho é longo e a estrada é de terra.
Sociedade 5.0 – A relação entre o ser humano e a tecnologia
Um termo que vem sendo utilizado e que acreditamos fazer sentido nesta narrativa, é a Sociedade 5.0. O conceito tornou-se conhecido em 2017, na exposição comercial mundial dos serviços de telecomunicação digital e tecnologia da informação. O primeiro-ministro japonês falou sobre o tema com muito entusiasmo, salientando que a sociedade estava iniciando o seu quinto capítulo.
Os três valores principais que sustentam a Sociedade 5.0 são os avanços em qualidade de vida, inclusão e sustentabilidade. Esses são pilares conceituais os quais condicionam a implementação deste modo de vida com vários ideais agregados.
Esse conceito inovador busca melhorar a qualidade de vida em impacto global, porque com tecnologias como o big data e a utilização de robôs, busca-se uma rotina mais confortável. Lembram quando mencionamos a tão falada “sinergia”? Todo este conceito só fará sentido se aplicado a todos. A isonomia tem como proposta que todos tenham acesso a essas ferramentas benéficas da tecnologia.
A Sociedade 5.0 incentiva a expansão de energias renováveis para diminuir ou eliminar a degradação de ecossistemas, a extinção de espécies, mudanças climáticas e reduzir também o uso de materiais poluentes para que não haja escassez de recursos.
Isso se dá, porque o centro da Sociedade 5.0 desde o início dessa nova fase é o ser humano. O seu objetivo sempre foi equilibrar o progresso da economia e as soluções dos problemas sociais com sistemas que englobam espaço físico e ciberespaço. Para isso, há o uso de:
- tecnologias vestíveis;
- smart homes;
- mobilidade autônoma;
- energia inteligente;
- assistentes digitais;
- e outras inovações.
A consequência de toda essa revolução tecnológica e informacional, em conjunto com a automatização de processos, será a exigência de perfis inovadores e criativos nas empresas. Os profissionais de todos os ramos serão desafiados a sair da zona de conforto e a aprender mais. Surgirão muitas oportunidades; mas os riscos de estagnar também aumentarão.
Ser criativo, sensível, empático e acolhedor, além de ter raciocínio lógico, deve fazer parte das qualidades indispensáveis nos currículos dos candidatos a vagas de emprego ou trabalho.
Então, os desafios para alcançar o bem-estar das pessoas são muitos, não apenas técnicos. É necessário ter uma mudança de mentalidade, ainda individualista em boa parte da população. Seremos protagonistas desses novos movimentos e da sociedade que queremos construir?
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SOBRE A BHUB
Fundada em junho de 2021, por Jorge Vargas Neto, Fernando Ricco, Marcelio Leal e Vanessa Muglia, a BHub é a primeira empresa de tecnologia no Brasil que oferece soluções completas de backoffice no modelo de assinatura mensal, também conhecido como o “back office as a service” ou Gestão Por Assinatura (GPA). Com foco em Startups e PMEs, a plataforma oferece acesso a um dashboard customizado para monitoramento em tempo real dos principais KPIs financeiros. O sistema conta com chat que permite a solicitação sob demanda de relatórios, entre outras atividades relacionadas à operação de backoffice. A equipe da BHub é composta por engenheiros, contadores e advogados. Investida por dois dos maiores fundos do Brasil, Valor e Monashees e empreendedores de unicórnios como iFood, Vtex, Ualá e Rappi. Além disso, a BHub faz parte do Endeavor Scale Up e Boostlab, dois dos principais programas de aceleração de startups do Brasil.