A edição de número 48 da Casa de Criadores que acontece entre os dias 26 e 30 de julho, mais uma vez realizado no formato virtual, traz propostas enriquecedoras de coleções atemporais e pautadas pela igualdade de raças, gêneros, classes e o respeito pela diversidade.
Como sempre, o denim e a sarja estiveram presentes em coleções criativas e repletas de personalidade. Confira os destaques nos dois primeiros dias do evento:
ALEXANDRE DO ANJOS
A coleção de Alexandre dos Anjos traz uma verdadeira obra de arte no denim inspirada no primeiro jogo de búzios do estilista, feito em 2013. “A proposta é justamente utilizar o corpo como estrutura para a arte, que por sua vez deve receber a roupa como uma conexão de uma rede de maneira orgânica, esta roupa serviu como tela, onde houve a preparação do material para assim ser pintado”, comenta Alexandre.
E com apoio da Vicunha e Santista foram utilizados os tecidos no tom crú com pinceladas no preto, azul, amarelo, vermelho, verde e marrom em peças que passeiam por calças croppeds pantalonas, vestidos, jaquetas, camisas e, maxi casacos. Há ainda detalhes de franjas e o denim raw com efeitos esbranquiçados.
JORGE FEITOSA
Jorge Feitosa trouxe a coleção VER(E)A DOR dedicada à sua avó Constantina (in memoriam), que traz como tema o quanto não sabemos lidar com o amor, seja do outro ou pelo outro. Pode-se imaginar peças tristes e escuras, mas o designer trabalha com o oposto em um mix de patchwork de estampas e looks amplos com o artigo Upcycle Concept, denim da Santista Jeanswear que utiliza fibras recicladas em sua composição e pouca quantidade de água em seu processo.
Com visual rústico, natural e toque suave, o jeans de cor azul claro surge em vestidos com silks estampados, bordados com flores, além de bermudas larguinhas com mix de tecidos, shorts, calças com elásticos na cintura e croppeds com mangas amplas e palas traseiras. Destaque ainda para os detalhes de zíperes e camadas em um streetwear moderno e atemporal.
FKAWALLYS PUNK COUTURE
Um mix do movimento punk e da profusão de brocados, tachas, correntes e aplicações da alta costura, incluindo aí o denim em looks que seguem o conceito upcycling. Essa é a moda da Fkawallys Punk Couture que fez sua estreia na Casa de Criadores. “Meu fashion filme é sobre um passeio pelo vazio! E como me comportar nesse espaço. Minha roupa é um acúmulo de técnicas tie dye, estamparia, bordado e aplicação de tachas, criando uma relação de peso com o espaço”.
Em peças repletas de atitude a marca traz o jeans totalmente reinventado em jaquetas e calças customizadas e únicas que ganham grafites coloridos, recortes, franjas, rasgos, além da lavagem com efeitos tie dye e diferentes aviamentos com muitos brilhos que conversam perfeitamente com a estética radical da marca.
HELOÍSA FARIA
A coleção Gildas fala de todas as mulheres em uma só. “Gildas, somos todas. Gildas fala com todas elas que encontramos em nós, que nos transpassam, que vivemos. Gildas é atemporalidade, verdade, pulsão e potência. Gildas carrega o tempo em si”, diz Heloísa Faria.
A estilista trabalha a camisaria como uma tela em branco com volumes e fluidez, além de pregas e franzidos. “O jeans bruto sem lavagem e o algodão caqui também funcionam como base para a explosão de estampas. As cores vêm de tecido de reuso e peças vintage desconstruídas. Malha de veludo listrada, florais e brilhos gráficos convivem com plásticos protetores, ganchos de uma nova era, redoma do passado”, aponta.
Com apoio da Canatiba, Vicunha e Santista, Heloísa traz shapes mais soltos em pantalonas de cinturas altas e jaquetas com gola arredondada e passantes.
DAVID LEE
Sua alfaiataria masculina vem descomplicada e traz elementos autorais em estampas com traços desordenados e imagens distorcidas, e detalhes com botões, faixas e amarrações. A junção das sarjas de algodão e o tricô listrado garantem frescor para o casualwear moderno e atemporal. Casacos e shorts no preto ou branco ganham múltiplos bolsos e recortes assimétricos, além de botões e faixas coloridos com aspecto hand made.
THEAR
A marca que tem um trabalho primoroso no jeans e também com fibras naturais, traz a coleção Simetria inspirada nos 88 anos de Goiânia e seu patrimônio Art Decó, estilo que surgiu logo após o fim da Primeira Guerra Mundial.
Formas simples, tecidos naturais e o trabalho manual rico em detalhes (com resgate da construção de fuxicos feitos a partir de retalhos) surgem em peças confortáveis, ora amplas, ora mais justas ao corpo, mas sempre remetendo à sensação de paz, conforto e felicidade. Entre as cores, podem ser vistos tons apastelados que vão do off até os roses e cores rústicas com verde musgo e azul denim. O jeans surge limpo, somente amaciado com uma mistura de tecidos ou lavagens e, frisos. Destaque também para a estamparia a laser, cinturas altas e amarrações.
Fonte: Vanessa de Castro | Fotos: Divulgação
Fonte: guiajeanswear.com.br