Com parte das vendas, a jornalista e estilista brasiliense Dayane Almeida ajudará microempreendedoras que trabalham vendendos doces
Dando continuidade à missão de fazer moda com propósito, a nova coleção da marca brasiliense VitrinesDay homenageia mulheres empreendedoras, em especial as microempresárias que vendem produtos de confeitaria e ficaram sem renda durante a pandemia de Covid-19. Fundadora da etiqueta de vestuário, a jornalista e estilista brasiliense Dayane Almeida destinará 10% do valor das vendas para mulheres desse nicho profissional que estão passando por dificuldades. As peças estão disponíveis a partir deste sábado (1º/5).
Detalhes da coleção
Tecidos leves como viscolinho, crepe, linho e bengaline ganham forma nas peças da coleção Empreendedorismo Feminino. Ao todo, são 13 modelos, incluindo vestidos, macaquinhos, calça, regatas, saias e top cropped, com possibilidade de ajuste gratuito. A cartela traz tons suaves de verde, azul e rosa para proporcionar uma sensação de tranquilidade, leveza e conforto. Para as estampas, as apostas são linhas finas, poá e folhagens.
Day, como também é chamada, criou a coleção de acordo com as demandas da pandemia, especialmente o momento de trabalho remoto. “As peças são soltinhas e com muito conforto. Não adiantava trazer roupas mais rebuscadas, porque as pessoas não estão buscando por isso”, explica. As modelagens atendem ao que a estilista chama de “corpos reais”. Afinal, a grande missão da marca é resgatar a autoestima e o equilíbrio emocional das mulheres.
O lookbook é estrelado por quatro empresárias, incluindo a própria Dayane Almeida e a irmã, Rayane Tayla, que é também pedagoga e confeiteira. Durante a pandemia, ela virou sócia da VitrinesDay e cuida de toda a parte administrativa da marca. Outra estrela do ensaio fotográfico é a manicure e pedicure Mylka Flávya. A chef e professora de confeitaria Ada Silva, por sua vez, aparece nas fotos e também assina a coleção.
Mylka Flávya é manicure e pedicure há mais de 10 anos e atua no Recanto das Emas (DF). Ela, que tem uma peça de cada coleção da marca, disse que está honrada em fazer parte do projeto: “Sei que Deus vai trazer mais pessoas para ajudar essas empresárias que não têm alimento para dentro de suas casas”
A chef e professora de confeitaria Ada Silva assina a coleção. “Estou muito feliz. Por meio dessa ação, dezenas de pessoas vão ser abençoadas. Esse é o meu foco”
Olhar social
Por causa da pandemia, as vendas da VitrinesDay diminuíram muito. Ao mesmo tempo, Dayane Almeida viu de perto a dificuldade de outras empresárias, entre as próprias amigas e nas redes sociais. Pesquisando sobre essa questão, a jornalista e estilista notou que os negócios comandados por mulheres são ainda mais afetados do que aqueles capitaneados por homens, como revelam dados do Sebrae em parceria com a Fundação Getulio Vargas.
A partir daí, Dayane quis fazer uma coleção inspirada em mulheres empreendedoras, mas pensou em um recorte ainda mais específico ao conhecer Ada Silva. Há vários anos, a especialista em confeitaria oferece cursos gratuitos para mulheres carentes e tem um grupo com elas. Nas aulas, ensina a fazer quitutes açucarados, como bolos e pães de mel. A partir daí, elas comercializam os produtos na entrada de escolas, faculdades, lojas e centros comerciais.
Porém, impossibilitadas de vender nas ruas por causa da pandemia, muitas dessas mulheres ficaram desamparadas financeiramente. Dayane conta que Ada Silva começou a receber relatos até de quadros de depressão. “Essas microempresárias vivem do que vendem no dia. Se vendem R$ 50, é o dinheiro que elas têm para comprar material, produzir para o dia seguinte e levar comida para os filhos. Se ficam dois dias sem vender, o negócio já quebra”, conta a estilista.
Fonte: www.metropoles.com