Aproveitar a temporada de verão para pegar a estrada sobre duas rodas sentindo o vento na cara é um roteiro que embala muitos filmes, porém, o que nunca aparece nesse script são os contratempos que esse tipo de aventura reserva a quem não se prepara direito. Para desvendar os segredos que garantem uma viagem tranquila, o De Olho na Estrada recebeu para um bate-papo o piloto profissional Helio Mazzarella, instrutor do Yamaha Riding Academy, academia de pilotagem da marca focada na segurança do usuário e que está presente em mais de 40 países.
Com a experiência de quem vivencia a pilotagem tanto como esporte, quanto profissão, Mazzarella traz para essa conversa um olhar atento às mudanças no perfil do consumidor brasileiro de motos ocorridas durante a pandemia: “As pessoas viram a necessidade de ter um meio de transporte mais ágil, ter uma mobilidade melhor no trânsito e a venda dos scooters cresceu demais. Exatamente com esse perfil de pessoas que nunca tiveram a oportunidade ou até a coragem de ter uma moto. E devido a situação que o planeta viveu durante os últimos 2 anos, muitas pessoas entraram no mercado “.
Se muita coisa mudou nos últimos dois anos, uma que permaneceu inalterada foi a necessidade de planejar a viagem antes de pegar a estrada, incluindo uma pesquisa detalhada do roteiro: “O planejamento de qual estrada você vai pegar. Analisar se naquele percurso que você vai usar, vai atravessar três estados? terá recurso caso aconteça alguma coisa com a sua motocicleta ou bater? Aonde buscar esses recursos? Então, sempre procurar vias com mais movimento, isso acho que é uma dica muito bacana”, analisa o experiente piloto.
Como quem quer viajar, não quer perrengue o piloto abriu sua caixa de ferramentas e ensinou com detalhes a forma correta de checar rodas, pneus, motor, transmissão entre outros componentes fundamentais de uma motocicleta. E na hora de começar uma revisão completa, a dica de ouro é dividir o veiculo em partes: “Pensando de baixo para cima, faça essa checagem na parte das rodas e vai subindo”. Nesse caso, Mazzarella reforça ainda a necessidade de uma verificação corriqueira dos freios, responsável por 70% do funcionamento da moto, assim como da própria transmissão, que é como se denomina o sistema formado pelo trio corrente, coroa e pinhão, responsáveis pela transmissão da potência do motor para a roda. Nesse segundo caso, a manutenção pode ser feita em casa e constantemente: “Uma vez que você anda um dia com chuva, aquele óleo, ele é lavado e pode deixar a corrente seca. Essa é uma manutenção diária. Passar uma escovinha, passar um óleo de corrente para deixá-la purificada e sempre mantê-la (a corrente) mais esticada conforme o manual”.
Equipamentos – Capacete, luvas, botas, conjunto de cordura e até protetor de coluna, Itens essenciais em qualquer viagem, ganharam destaque na conversa: “Equipamentos de segurança são essenciais porque o piloto, o condutor, está muito exposto e, principalmente, nas rodovias a sua velocidade aumenta. Com isso, a sua exposição fica muito maior. A gente sempre dá a dica de usar os equipamentos no dia a dia, mesmo nos trechos urbanos”.
O apresentador e coordenador de tráfego da concessionária SPMAR, Andrew Aquino lembrou de casos de acidentes em que os motociclistas são encontrados com o capacete desafivelado. Um descuido gravíssimo, na opinião do piloto.
“Não adianta colocar o capacete só para não tomar multa”, afirma o piloto, que critica a moda de não afivelamento do dispositivo: “Isso não traz segurança, tira a concentração durante a pilotagem. Não traz nenhum benefício”.
E para quem pretende aproveitar a estrada nos próximos dias com sua motocicleta revisada, além de respeitar o limite de velocidade e as leis de trânsito, o piloto vê como fundamental evitar se posicionar no ponto cego dos veículos:
“Se posicionar de forma correta é fazendo com que você possa enxergar o motorista através do espelho retrovisor dele. Então, uma vez que eu estou pilotando e eu olho no retrovisor e vejo que o trânsito está parando, deu aquela diminuída, a chance do motorista fazer uma conversão, mudança de faixa, é muito grande. E aí você deve estar sempre se posicionando para que o motorista te enxergue e você o enxergue pelo espelho retrovisor dele”, exemplifica Mazzarella, que ainda completa com outra situação a que o motociclista deve ficar atento: “Nunca andar paralelo ao eixo traseiro dos veículos, então, quando você está ao lado de um veículo na mesma velocidade dele andando paralelo ao eixo traseiro, você está num ponto cego. Ou ultrapassa com segurança ou fique mais para trás, sempre com as luzes acesas para chamar atenção”.
Para conferir a conversa completa com o piloto Helio Mazzarella, e saber um pouco mais sobre revisão de moto antes de pegar a estrada e pilotagem segura, basta acessar a plataforma de áudio do De Olho na Estrada no Spotify.
O De Olho na Estrada é um canal que reúne especialistas para conversar sobre segurança viária de uma forma descomplicada.
SPMAR – A Concessionária SPMAR atua na administração dos Trechos Sul e Leste do Rodoanel Mario Covas, sendo responsável pela gestão de 76% do Rodoanel Metropolitano de São Paulo em operação.
Trecho Sul – do km 30 ao km 86 do Rodoanel Mario Covas, liga os Trechos Leste e Oeste do Rodoanel. O Trecho Sul tem acesso pelas rodovias Régis Bittencourt (entroncamento com o Trecho Oeste) no km 30; Imigrantes no km 70 e Anchieta no km 75, além da Av. Papa João XXIII, em Mauá, no km 86.
Trecho Leste – do km 86 ao km 130 do Rodoanel Mario Covas, liga os Trecho Sul à Rodovia Presidente Dutra. O Trecho Leste tem acesso pela via de ligação com a Av. Papa João XXIII, em Mauá, no km 86; pela Rodovia Henrique Eróles – SP066 (km 115, em Suzano); pela Rodovia Ayrton Senna – SP070 (km 124 em Itaquaquecetuba) e pela Rodovia Presidente Dutra – BR116 (km 130 em Arujá).