Universo virtual pode trazer procedimentos mais complexos e precisos para a área da Saúde e já está sendo utilizado em atendimentos pré-operatórios
Os impactos da tecnologia na Medicina estão se tornando cada vez mais evidentes no dia a dia. Exames foram digitalizados, consultas podem ser marcadas pela internet e profissionais de saúde têm mais instrumentos disponíveis para a atuação. Essa evolução vai muito além do que se imagina e pode chegar a tecnologias desconhecidas pela maior parte do público, como é o caso do metaverso.
O que significa esse termo? É difícil definir exatamente o que é o metaverso. De forma simplificada, é um mundo virtual no qual o usuário entra em uma realidade completamente nova, como se fosse um universo de um jogo em que se pode encontrar pessoas do mundo todo sem sair de casa.
A diferença é que o metaverso oferece uma sensação de veracidade e uma gama de informações nunca vista em um meio digital. Por isso, além do entretenimento, essa nova tecnologia pode ser usada para melhorar o trabalho de profissionais de Saúde do mundo todo.
Ainda que o conceito seja novo, não é uma ideia tão distante quanto parece. O Biodesign Lab, laboratório mantido por uma parceria entre a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e a rede de saúde integrada Dasa, já realiza consultas, simulações e até pré-operatórios nesse universo virtual, e esse deve ser apenas o começo.
Vantagens do metaverso para o setor de Saúde
Os benefícios de incorporar o metaverso na Medicina ainda são pouco conhecidos, mas já é possível notar alguns indícios de como pode ser usado. Um exemplo são as simulações em 3D, que são manipuladas de forma simultânea por vários especialistas e facilitam a compreensão do processo pelo paciente, enquanto tornam os resultados dos exames mais claros e conclusivos para os profissionais.
Outro benefício importante é que os avatares no metaverso carregam informações importantes do paciente para o ambiente digital. Dados como batimentos cardíacos e pressão arterial podem ser monitorados 24 horas por meio de aparelhos que se tornam cada vez mais comuns, como é o caso dos relógios digitais. Portanto, o personagem nesse universo digital não é como em um jogo de informações fantasiosas, mas sim um retrato da realidade, repleto de dados fundamentais para avaliações de profissionais de Saúde.
E isso deve ir além: novos produtos tecnológicos estão sendo desenvolvidos para apresentar informações ainda mais fiéis no metaverso. O que hoje é apenas um pequeno passo em direção à modernidade pode se tornar um padrão nos próximos anos.
Realidades aumentada, mista e virtual
Além do metaverso, a área da Saúde se beneficia de diversas outras formas com a interação do real e do digital. Enquanto na realidade virtual há um mundo completamente novo, existem maneiras de usar um ambiente real para aplicar elementos virtuais. É o que acontece na realidade aumentada e na realidade mista.
Na realidade aumentada, são inseridos elementos digitais em uma imagem gerada de forma real, como se um objeto completamente novo aparecesse no local em que você se encontra. Com o uso de smartphones e tablets, é possível adicionar imagens 3D à tela, as quais são muito aplicadas em simulações de cirurgias e para avaliar a probabilidade de determinados diagnósticos.
Já na realidade mista, existe uma simbiose entre o ambiente real e o ambiente virtual. Não são apenas elementos colocados em cima de uma imagem real, mas sim a modificação da imagem atual com componentes de um universo virtual. Nesse caso, assim como na realidade puramente virtual do metaverso, é preciso utilizar equipamentos específicos que possam gerar o novo universo, como óculos de realidade virtual.
Na Medicina, já existem exames digitais em 3D que utilizam a realidade mista. A imagem de uma simulação virtual é colocada junto do exame real, o que ajuda profissionais a entender os resultados e simular possíveis interpretações. Também é usada no treinamento e na simulação de cirurgias, para que estudantes da área da Saúde consigam ter contato com procedimentos realísticos sem colocar pacientes em risco.
Fonte: Medicina SA, TI Inside, Atlântico