Há quem torça o nariz, há quem não entenda ainda muito bem como funciona, há os curiosos, há os fanáticos.
Fato é que o mundo do Metaverso, todos os avatares e tecnologias e denominações envolvidas já chegaram no mundo da moda.
Aliás, saíram do nicho do universo dos games e avançaram para grandes magazines, novos designers, pequenos produtores e tantos outros segmentos.
Foi pensando nesse assunto, que une moda e tecnologia que surgiu a BRIFW – Brazil Immersive Fashion Week, a primeira semana de moda da América Latina inteiramente dedicada à integração da moda com tecnologias imersivas e blockchain.
E essa terceira edição (a primeira phygital) que aconteceu no hub STATE, localizado na Vila Leopoldina, em São Paulo, trouxe o tema “Outras histórias: o impacto das novas tecnologias na cultura universal”, reunindo 30 marcas, projetos, painéis, talks, exposições, cursos e experiências imersivas.
Entre as marcas participantes, o Grupo SOMA, junto com a Blockforce e ao Jundu Carbon discutiram como o sistema de blockchain pode ser aplicado a ESG. Já a empresa de soluções tech The Force dividiu as principais tendências de mercado para melhorarem a vida cotidiana – desde robôs domésticos até gadgets que retardam o envelhecimento das células.
A marca CLXTO, de Eduardo Calixto levou para a passarela peças atemporais e sem gênero, que transmitem sua marca registrada. Entre o casting, destaque para a presença do ator Ícaro Silva.
Para assistir ao desfile, interações em realidade aumentada viabilizadas por um filtro especial no Instagram, complementaram a experiência.
Destaque para o trabalho de tie dye no algodão com palas e pregas ou na calça clássica, toque empapelado, em estampas exclusivas, bolsos utilitários na camisa pink com decote de ombro a ombro no look com minissaia laranja e, trabalho de tressê.
O denim surge na saia longa desconstruída e com fenda.
Seguindo o upcycling o estilista trabalhou retalhos de jeans, manchados usados em tiras ou sobrepostos em calças xadrezes.
O estilista Lucas Leão ministrou um workshop sobre coleções digitais e apresentou na sala imersiva um desfile performance conectando diversas sensações.
”Essa coleção é uma reflexão de tudo o que está rolando com essas novas tecnologias e que traz uma reflexão de novas possibilidades do vestir, unindo técnicas manuais e tecnologia de ponta”, explica o estilista carioca.
Unusual levou a sua coleção para a sala AR da BRIFW, contando a história de uma fênix – a primeira leva de looks com um visual terroso, texturas de musgos, se tornando algo mais etéreo e espiritual. “Metade da coleção é upcycling, mostrando o DNA sustentável da marca”, diz o diretor criativo Ray Castelo
A Renner apresentou sua experiência imersiva com modelos reais e projeções que modificavam as roupas. Destaque para os vestidos leves de verão, texturas, ternos em algodão, tops, calças croppeds, babados e volumes e tons que passeiam entre o branco, terrosos, pink, verde limão e, laranja
A NeoUtopia trabalhou uma moda repleta de volumes, muito couro, uma pegada rocker esportiva e bermudas no jeans com efeitos inacabados.
A Galavote apresentou a coleção The Artificial Nature em looks em algodão certificado BCI, seda, Liocel Eco Tencel e tecnologias como as modelagens extraídas de árvore e coral escaneados por fotogrametria em software 3D em alfaiatarias repletas de torções, volumes e fluidez.
Angelo Castro + Studio3 brincou com vazados orgânicos nas calças de sarja, peças coladas ao corpo, crochê, cetins, cores vivas e trabalhos em tie dye em multicores e geometrismos.
Em parceria com a Vicunha, a Nous Etudions da estilista argentina Romina Cardillo, conhecida pelo trabalho sustentável e peças sem gênero,trouxe uma alfaiataria desconstruída ora com aspecto inacabado, ora com volumes e modelagem ampla em looks limpos e estruturados.
Tons clássicos de preto, branco e cinza misturam-se ao laranja vivo em calças pantalonas com amarração, saias lápis, camisas, blazers e tops. O denim rústico e natural surge no conjunto de maxi camisa e calça com rasgos localizados.
Fonte: Vanessa de Castro