Sara Silva, professora do curso de Psicologia da Braz Cubas, explica novo sentimento ligado aos impactos da tecnologia na rotina
Com os avanços tecnológicos e as novas necessidades de mercado, cada vez mais os indivíduos utilizam dispositivos como computadores e celulares em sua rotina, seja no ambiente de trabalho ou na vida pessoal. Mas, já é sabido que o uso exacerbado pode ocasionar impactos na saúde física e mental.
E neste cenário de uma população hiper conectada, um novo termo vem ficando evidente na psicologia: a nomofobia.
De acordo com a professora de Psicologia do Centro Universitário Braz Cubas, Sara Silva, a nomofobia é um termo forte no mundo moderno, assim como muitos outros que se originam de novas tecnologias. “Esse sentimento psicológico faz referência às sensações observadas ‘no modo off-line’, ou seja, na desconexão ou no medo dela. E a partir disso as pessoas passam a sentir ansiedade, desconforto, nervosismo, angústia, pânico, além de sintomas físicos como aperto no peito, taquicardia e suor frio”, cita.
Sara explica que ainda é difícil definir as causas e efeitos da nomofobia. No momento, parece é uma combinação de fatores como baixa autoestima, nível elevado de ansiedade e impulsividade. “Alguns sinais de alerta são: sempre tem um dispositivo para recarregar a bateria; monitoramento constante do aparelho para verificação de notificações; celular está sempre ligado, inclusive em momentos não oportunos como estar na cama próximo a pessoa quando vai dormir; se o celular fica inutilizável por qualquer razão, surge ansiedade, angústia e nervosismo; medo de ficar sem conexão, é o primeiro e último instrumento que a pessoa acessa; limita suas atividades para locais onde conseguirá ficar conectado.”
A nomofobia está nos critérios de diagnóstico do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) de fobia por coisas particulares e específicas. “A patologia é percebida quando a pessoa afasta ou está sem o objeto e apresenta sintomas semelhantes aos da síndrome de dependência de substâncias. Por isso, alguns estudiosos defendem que o termo seja incluído também no DSM-V como uma entidade diagnóstica por espécie de vício tecnológico”.
Os sintomas de dependência patológica são identificados quando há: nervosismo, agitação, ansiedade, taquicardia, angústia, sudorese, tudo em um medo que afeta a saúde e o dia a dia da pessoa.
Para auxiliar as pessoas dependentes do celular, a professora de Psicologia da Braz Cubas elencou algumas dicas para reduzir o uso do aparelho e seus impactos na rotina.
Confira:
- Limitação do uso de celular. É possível então limitar o uso dos aparelhos, principalmente antes de dormir e ao acordar, assim cuidando para um sono de qualidade;
- Não usar o celular durante a alimentação. Evitar o uso nos horários das refeições para manter uma alimentação consciente;
- Definir estratégias para restabelecer o contato com o mundo presencial assim como restabelecer interações interpessoais e limitar o uso de tecnologias nesses momentos;
- Quando necessário buscar ajuda especializada com psicólogo e psiquiatra.
Sara finaliza reforçando que é inegável os benefícios da tecnologia. Contudo, é necessário equilibrar seu uso para preservar a saúde. “Não podemos lidar com a tecnologia como extensão de cada um, por isso, o uso consciente e responsável se faz necessário, principalmente, em tempo de pós-pandemia”, pontua.
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