Renesas Electronics estima que a produção pode ser atrasada em, pelo menos, um mês; incêndio agrava a situação das montadoras
Um incêndio atingiu a Renesas Electronics, uma das maiores fabricantes de chips automotivos do mundo, na última sexta-feira (19). O acidente teve origem em um setor de equipamentos da fábrica em Tóquio, causando um atraso de, pelo menos, um mês na produção. O incêndio prejudica ainda mais o cenário de algumas montadoras que já haviam reduzido sua produção devido à escassez de semicondutores relacionada à pandemia.
De acordo com a fabricante, um problema elétrico em um equipamento específico teria causado o superaquecimento que foi o foco do incêndio. Dois terços dos chips produzidos na fábrica eram automotivos, provocando um “impacto significativo” no fornecimento global, segundo o presidente-executivo da Renesas, Hidetoshi Shibata. A estimativa é que a receita da empresa seja afetada em cerca de US$ 160 milhões por mês.
A fábrica tinha acabado de trazer de volta ao Japão parte da produção que era terceirizada para a TSMC, em uma tentativa de agilizar a crescente demanda dos clientes locais. Agora, esta produção também será atrasada. Segundo Shibata, a empresa está tentando compensar a interrupção na produção com um aumento de atividade em outras fábricas, mas não sabe se isso seria o suficiente.
Incêndio atingiu a fábrica da Renesas Electronics em Tóquio (Imagem: Renesas Electronics)
As ações da Renesas caíram 4,9% após o incêndio, e as três principais montadoras do Japão – Toyota, Nissan e Honda – também foram impactadas, com queda de 3% nesta segunda-feira (22).
Outros problemas já atingiam Renesas antes do incêndio
Antes de ter parte de sua fábrica em Hitachinaka consumida pelo fogo, a Renesas já enfrentava problemas para fornecer chips. As mesmas instalações haviam sofrido com um terremoto em fevereiro, o que resultou em uma pausa nas operações por alguns dias, provocando uma redução em seus estoques.
O cenário traz lembranças nada agradáveis à Renesas. Há 10 anos, em março de 2011, a fábrica foi uma das mais atingidas por um terremoto no leste do Japão, e precisou paralisar sua produção por três meses.
Fonte: tecnoblog.net