Sabemos que as doenças do coração causam o dobro do número de mortes em relação a todos os tipos de câncer que atingem o aparelho reprodutor feminino.
Atualmente, as doenças cardiovasculares em mulheres já ultrapassam as estatísticas de câncer de mama e útero. Segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares respondem por um terço das mortes no mundo, com 8,5 milhões de óbitos por ano, ou seja, mais de 23 mil mulheres por dia.
Esses dados mostram que embora as mulheres já tenham se conscientizado sobre a importância da realização de exames preventivos para doenças ginecológicas e câncer de mama, ainda cuidam pouco da saúde do coração.
A primeira avaliação com cardiologista é indicada por volta dos 30 anos de idade.
Porém, aquelas que tem familiares com problemas cardíacos devem procurar avaliação antes desta idade.
Os principais fatores de risco para doença cardíaca são a má alimentação, estresse, fumo e sedentarismo, além de doenças crônicas, como pressão alta e diabetes.
As mulheres ainda contam com o agravante da menopausa. O estrogênio, hormônio fabricado durante a fase reprodutiva, que vai dos 12 aos 45 anos, normalmente, ajuda a proteger os vasos sanguíneos e a controlar os níveis de colesterol e triglicerídeos. Na menopausa, a fabricação desse hormônio diminui, fazendo com que o coração perca essa proteção natural e fique mais sujeito ao infarto.
Estudos mostram que embora a incidência
de infarto seja maior no grupo masculino, as mulheres morrem mais. Isso se deve ao fato de que o infarto sem dor é mais comum nas mulheres. Os sintomas das mulheres em um quadro de infarto não são típicos, e o desconhecimento sobre os sinais do infarto na mulher resulta em falha no socorro.
Quando o homem vai ter um infarto, costuma sentir uma forte dor no peito que se estende para os braços. Entretanto, para as mulheres é comum sentir náusea, fraqueza, dor no estômago, falta de ar, ou seja, sintomas que podem ser confundidos com outras doenças. Por isso ao sentir os sintomas do infarto, como uma dor repentina na boca do estômago, peito ou nas costas, é preciso ficar alerta, pois o tempo até atendimento médico é fundamental para a preservação da vida.
A ocorrência de doenças cardíacas na mulher também tem aumentado com o passar dos anos, consequência do envelhecimento natural e do estilo de vida moderno. A mulher geralmente acumula vários papéis, trabalhando fora, cuidando da casa e da família. O ritmo acelerado a expõe a muito estresse e favorece hábitos pouco saudáveis, como sedentarismo e má alimentação. A falta de atividade física e a dieta inadequada levam ao sobrepeso e à obesidade, que também aumentam o risco cardiovascular. Aliás, a obesidade é um dos fatores de risco mais preocupantes, já que o número de mulheres obesas no Brasil cresceu 64% em 10 anos.
Outra combinação perigosa, mas comum, é o cigarro e a pílula anticoncepcional, aumentando os riscos cardiovasculares.
Dra. Bárbara Swarowsky Tabach
Cardiologista – CRM: 38705