“Toda a arte aspira continuamente à condição da música”. Essa frase do ensaísta e crítico literário inglês Walter Pater, nascido no século 19, resume a importância que a musicalidade pode exercer na vida de qualquer ser humano. Em Paraty, município fluminense fincado entre a Baía da Ilha Grande e a Mata Atlântica, essa condição é construída dentro da Orquestra Sinfônica de Paraty, que vem mudando a perspectiva da vida de jovens da cidade.
A Orquestra Sinfônica Municipal de Paraty, criada em 2019, tem em suas fileiras 65 alunos de 12 a 19 anos, provenientes de 25 bairros da cidade, que dependem diretamente de contribuições para continuar estudando e mantendo vivo o sonho de se tornarem músicos profissionais.
Tendo essa perspectiva, o empresário Sandi Adamiu, sócio-proprietário do Sandi Hotel, que participa da concepção do projeto desde o seu início, criou uma campanha para que setores da sociedade civil possam adotar um músico, com bolsas de R$1.500, para que os mesmos possam se manter focados somente nos ensaios e apresentações da Orquestra Municipal, além de garantir a alimentação, o transporte e a literaturas dos jovens instrumentistas. A medida já permitiu que, até esse momento, 20 músicos fossem adotados. O programa de adoção foi constituído em uma Parceria Público-Privada (PPP), feita entre a prefeitura de Paraty e a iniciativa privada.
“O Sandi Hotel e os parceiros Allan Belda, Maria do Carmo e Jovelino Mineiro já realizaram o processo de adoção. Destaco que a Orquestra é muito importante. Estimular e dar condições para esses jovens se capacitarem a algo essencial para suas vidas. Agradeço de antemão a todos que puderem ajudar ainda mais”, reforça Sandi Adamiu.
A equipe de apoio da Orquestra Sinfônica Municipal de Paraty é formada por nove professores, cinco monitores, além das despesas com transporte, uniformes e manutenção de instrumentos. Hoje também existe uma lista de espera com aproximadamente 100 jovens aguardando uma vaga. Outro ponto a ser destacado é que futuramente serão abertas vagas para crianças de oito a 16 anos de idade, desde que estejam matriculadas em unidade escolar – pública ou privada – em Paraty.
Além da campanha de adoção de um músico, a direção da Orquestra estipulou algumas metas para o restante do ano e para 2023. Serão adquiridos novos instrumentos para completar a formação da Orquestra, realizar apresentações musicais pelos hotéis e comércios da cidade por meio de duetos e quartetos formados por alunos e montar grandes apresentações a cada três meses em praça pública. A direção também espera conseguir pelo menos 10 mantenedores, aumentar a captação de doações e parcerias com pessoas físicas e jurídicas, além de aprovar o projeto da lei de incentivo fiscal para a captação de recursos.
Para o maestro Weslem Daniel, que é musicista desde os nove anos de idade e foi um dos idealizadores da Orquestra Sinfônica Municipal de Paraty, a junção de todos em prol do projeto é de suma importância para que as atividades possam ter continuidade.
“A música é uma das mais poderosas ferramentas de transformação. Eu sou prova viva dessa teoria, que se concretiza na prática. A maioria desses jovens quer seguir trilhando a carreira de músico e precisa dessa contribuição. Precisamos impactar positivamente a vida dos mais jovens do município. Por isso, esse projeto “Adote um Músico” é tão especial. Tenho certeza de que essa ajuda vai gerar ótimos frutos”, aponta ele.
A Orquestra Sinfônica Municipal de Paraty realiza seus ensaios em um espaço cedido pelo Sandi Hotel e tem apoio irrestrito de seu proprietário, Sandi Adamiu, que também é diretor do primeiro corpo diretivo.