Contemplados pelo ProAC Expresso LAB, o russo Fiódor Dostoiévski e o brasileiro Machado de Assis têm suas obras encenadas por artistas de São Paulo
“Não há assunto tão velho que não possa ser dito algo de novo sobre ele”. Essa frase de Fiódor Dostoiévski, retirada de um de seus mais famosos romances, “Crime e Castigo”, diz muito sobre alguns dos projetos apoiados pelo Governo de São Paulo e Governo Federal por meio do ProAC Expresso LAB, programa de editais com recursos da Lei Aldir Blanc, conduzido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado.
A começar pelo próprio “Crime e Castigo” que, pelas mãos do escritor e jornalista Luciano Martins Costa, ganhou um monólogo imaginado como uma sequência do romance de Dostoiévski, escrito entre 1866 e 1871, em celebração aos 150 anos da primeira edição dessa obra clássica: “Crime e Castigo: uma Vida para Rodion”. “Aos 60 anos, Rodion Românovitch Raskólnikov faz um retrospecto de sua vida, marcada pelo assassinato de duas mulheres. Após cumprir a pena de oito anos de prisão na Sibéria, ele teve a oportunidade de reconstruir sua história, graças ao amor de Sôfia Semionóvna Marmeládova, carinhosamente chamada de Sônia ou Sonechca. Esse contexto encerra o romance original. O monólogo pretende situar Raskólnikov como homem maduro, trinta após ser libertado, revisitando os eventos de sua juventude, propondo uma reflexão conjunta com o público sobre os dramas intermináveis da modernidade, como a desigualdade social, o esgarçamento moral da sociedade, a falibilidade da justiça, os conflitos ideológicos, a desesperança e os sonhos de redenção”, explica Costa, cuja peça tem direção de Carla Leoni e o ator Márcio De Luca na pele de Raskólnikov. “Ele irá constantemente refletir sobre a questão que deu origem ao seu drama, ou seja, o direito de tirar a vida de alguém que, na sua opinião, representa um problema para a sociedade. A rigor, temas presentes hoje no debate público, como a pena de morte e a radicalização de conflitos ideológicos, têm a mesma natureza.” A temporada terá mais seis apresentações online com transmissão em tempo real pelo canal da Trópico Filmes (https://www.youtube.com/channel/UCyU_l8v2ar4IDIpD6_FzF3Q).
Outra obra de Dostoiévski, também tema de projeto contemplado pelo ProAC Expresso LAB, é o espetáculo de dança “O Idiota”, inspirado no livro homônimo do escritor russo, e que, após uma temporada de sucesso em 2020, retorna aos palcos com o bailarino Marcos Abranches e direção artística e coreográfica de Sandro Borelli. As apresentações de 90 minutos ocorrem até 1 de abril, às 20h30, pela plataforma Zoom, com ingressos gratuitos reservados por meio do site Sympla (sympla.com.br). Nas terças e quintas, o espetáculo vem seguido pela exibição do vídeo arte que o fotógrafo Gal Oppido fez a partir da obra e, nas quartas, por uma live em que Marcos e Sandro recebem convidados para debater temas ligados ao show, como Ivam Cabral, diretor da SP Escola de Teatro no dia 17, Luís Ferron, no dia 24, e o professor e filósofo Odilon José Roble, no dia 31.
Na esfera nacional, o grande escritor brasileiro Machado de Assis é homenageado em projetos do ProAC Expresso LAB. O musical “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, com texto adaptado pela diretora Regina Galdino e indicado aos Prêmios APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) e Aplauso Brasil, será apresentado de forma online e gratuita no Youtube, confira o serviço.
SERVIÇO
Memórias Póstumas de Brás Cubas
Gratuito | no Youtube: www.youtube.com/madamigo
Duração: 85 min Classificação etária: 14 anos Gênero: Comédia musical
Dias 18 e 19 de março de 2021
Quinta e sexta-feira, às 14h
Dias 20, 21, 27 e 28 de março de 2021
Sábados e domingos, às 20h
Após cada sessão será aberto um camarim virtual para conversar com o ator.
Balanço da Lei Aldir Blanc
Em 2020 foram concluídas as etapas necessárias para assegurar a destinação, por meio da Lei Aldir Blanc, de R$ 272,1 milhões ao setor cultural e criativo de São Paulo. Ao todo, o Governo do Estado recebeu R$ 281,8 milhões do Governo Federal, sendo R$ 264,1 milhões relativos à cota original do Estado e R$ 17,6 milhões provenientes da reversão de valores não utilizados por municípios. O índice de execução, portanto, foi de 100% do valor recebido inicialmente e de 96,9% do total recebido.
Fonte: www.cultura.sp.gov.br