Sem carros voadores, moradias do futuro estão cada vez mais próximas da dos Jetsons

Sem carros voadores, moradias do futuro estão cada vez mais próximas da dos Jetsons

Os avanços tecnológicos trouxeram novo conceito e redesenho do meio urbano. Não, ainda não estamos falando de carros voadores nem de teletransporte, como previa o desenho animado “Os Jetsons”, sucesso nos já longínquos anos 1960. O seriado vislumbrava um dia a dia sem estresse no trânsito e repleto das facilidades da vida moderna vinculadas à tecnologia: arranha-céus, robôs domésticos, preparo instantâneo de comida, reuniões remotas, computadores portáveis, telefones móveis e daí em diante.

Boa parte desse lúdico exercício de futurismo proposto pelos Jetsons virou realidade e está em franco processo de disseminação no Brasil e no mundo. É o caso dos prédios e casas inteligentes. Por que inteligentes? Porque são edifícios conectados, eficientes, seguros e eco-friendly. As moradias inteligentes servem de apoio às cidades inteligentes numa cadeia sustentável e na qual a qualidade de vida é o propósito primordial.

Além disso, a tecnologia BIM (Building Information Modeling) ganha cada vez mais força e forma, especialmente em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba e também em condomínios horizontais no Nordeste. Desde sua concepção, os prédios são projetados com o propósito de autogerirem e sustentarem. A Modelagem de Informação da Construção é a representação virtual de uma obra, permitindo uma pré-visualização do resultado final, com dados sobre toda a infraestrutura, serviços e estética. O BIM é uma espécie de DNA do prédio e vai lhe ser útil na manutenção, em obras futuras e na conexão com a cidade.

E aí surge a pergunta: afinal, como será a residência do brasileiro em 2031?

O levantamento “Casa do Futuro”, realizado em meados deste ano pela Hibou, uma empresa de pesquisa e monitoramento de mercado e consumo, ouviu 2.398 pessoas de todo o país para tentar responder à pergunta. A pesquisa mostrou que 89,2% esperam se conectar e carregar seus aparelhos eletroeletrônicos sem embolar fios pela casa, o que exige aplicação de indução eletromagnética e sistemas wifi, que já está à disposição no mercado.

Dos entrevistados, 45,2% querem automação de luzes e cortinas. Outros 24,8% preveem um assistente de voz que ajude a controlar o imóvel e realizar tarefas do cotidiano. Se os carros ainda não voam, podem, pelo menos, ser elétricos. Então, 22% sonham com tomadas para carregar os automóveis nas garagens.

Com a tecnologia, as casas vão se tornar mais personalizadas, sob medida para as necessidades dos moradores. Estados Unidos e países da Europa têm avançado muito rapidamente nesse sentido, o que só acelerou com a pandemia de Covid-19.

Os projetos para as casas estão criando espaços de descompressão, áreas abertas, como varandas, voltadas para o convívio com família e amigos. Espaços comuns também serão repensados, com mais verde, lazer, cantinho para crianças e também o destinado a animais. A segurança ganha muito também com o uso da tecnologia.

Diferentemente do que muitas pessoas pensam, a valorização do bem-estar está no centro dos temas que pautam arquitetos, engenheiros e empresas na hora de projetar e construir moradias inteligentes. Os avanços são graduais, mas sólidos. Que venha o futuro e seus novos desafios.

Assinado por: Eduardo Peralta, CEO da Inloop

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