Por Adinaldo Diniz
Você já ouviu falar em Wùo Taï?
Essa técnica francesa é novidade no país, tendo em 2020 pouco mais de 14 especialistas, incluindo a nossa entrevista de hoje.
Michele Cristiane Souza da Silva. Esse é o nome da nossa entrevistada, mais conhecida por Michele Sinohara, nome de família que utiliza como nome fantasia ou comercial. É terapeuta com formação em Farmacêutica Bioquímica e atualmente reside em Suzano onde é Terapeuta Ayurveda, Integrativa e Holística.
Diretamente para o Portal Alto Tietê, a terapeuta Michele Sinohara traz o conhecimento das técnicas indianas, tailandesas e nos explica sobre essa nova abordagem terapêutica que é novidade aqui na nossa região.
A técnica, bem como as demais que serão apresentadas, é aplicada pela terapeuta em outras regiões onde realiza atendimento, como Mogi das Cruzes, no Patteo Mogilar, em São Paulo na região de Perdizes e Pompeia, nos espaços Instituto Pro Therapie e Espaço Arvoredo. Em Suzano, o atendimento é realizado em espaço próprio.
P.A.T. – Michele fale-nos sobre suas especializações em terapias voltadas ao bem-estar.
Michele Sinohara: – Resumidamente, em 2010, devido a uma busca por melhoria da minha própria saúde, iniciei pesquisas de autoconhecimento com Yoga e Acroyoga, quando tive contato pela primeira vez com a Thai Massagem. Encantada e curada em diversos aspectos emocionais e corporais, em 2014 iniciei a trajetória dos cursos e formações em terapias tailandesas, no Brasil, com minha mestre Marinês Catija – uma brasileira que reside na Ásia há mais de 20 anos. Em 2016 e 2018, respectivamente, me consagrei professora de duas técnicas – Thai Massagem e Tok Sen -, milenares e reconhecidas pela Unesco como patrimônio mundial da humanidade. Além de pelo menos outros 8 a 10 cursos livres de aprimoramento que realizei pelas escolas tailandesas.
Em 2017, enquanto me aprimorava nas terapias Thai, reconheci e me conectei com a Ayurveda – a Ciência da Vida-, outra medicina ancestral, dessa vez indiana, naturalista bioenergética e bioespiritual, que traz o ser humano de volta à presença dos ciclos naturais e internos. Um sistema de saúde indiano completo e autossustentável, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde. Esta certamente veio para confirmar meu propósito e missão terapêutica. Minha formatura como terapeuta e educadora Ayurveda foi em fevereiro de 2021, e continuo em desenvolvimento com a especialização em Saúde da Mulher e da Criança, e aberta a novos conhecimentos.
P.A.T. – É verdade que boa parte das suas especializações ocorreram no exterior? Fale-nos sobre suas experiências internacionais.
Michele Sinohara: – Sim. Fiz passagens pelo exterior também. Em 2013 eu já havia participado de uma Imersão em Acroyoga na Argentina, onde tive mais contato com a Thai Massagem, e foi decisivo para a o despertar da minha escolha em estudar terapias para meu usufruto, e para auxiliar outras pessoas. Mas em novembro de 2019 realizei um sonho de vida: um Intercâmbio de cerca de 30 dias de aprimoramento terapêutico, cultural e espiritual na Tailândia, no berço da Thai Massagem. A riqueza da “Terra dos Sorrisos”, assim como chamam o país é inigualável e transformador. As cores, as pessoas, as vivências e aprendizados são encantadores. É como tomar aprendizado de pai para filho, e assim foi, mestre-discípulo.
P.A.T – Existe diferença entre o modo ocidental e oriental sobre os conceitos de terapias naturais? Se sim quais, em sua opinião?
Michele Sinohara: – Sem dúvida. Mas não concordo com a palavra diferença em si, e sim diversidade. Não consigo julgar se é melhor ou pior. Venho desconstruindo a necessidade da dualidade dos fatos. Eu vejo as terapias – naturalistas ou não – como ferramentas, cada qual com sua habilidade de transportar a pessoa (ou o animal, a planta, tudo que é vivo) para caminhar para onde ela vai encontrar respostas para suas perguntas. Ninguém “cura” ninguém. As terapias são chaves de portas, e cada um de nós acessa aquela que faz mais sentido em momentos específicos da vida. O tempo que determina isso é interior, não tem nada a ver com o calendário ou o relógio.
Mas vamos lá, em termos de diversidade, tanto na cultura ocidental quanto oriental há outra subdivisão, do que é ancestral e raiz, e do que é contemporâneo ou moderno. Vejo legitimidade em ambos.
A diferença, por assim dizer, é que evoluímos em alguns pontos, mas as soluções das terapias ancestrais ainda são muito presentes e adaptáveis à realidade do planeta no momento. A questão é que o ocidental quer respostas mais rápidas e prontas, que acompanhem a ciência, tecnologia, a informação, fórmulas e pílulas mágicas. E também vejo que o ocidental acaba sendo mais prático. O que não funciona plenamente na maioria das vezes quando se trata de saúde preventiva e do natural, verdadeiramente. E é justamente neste ponto que o oriental vem ensinar o conceito do tempo interior.
Por fim, vejo uma grande diferença sim entre os dois. O oriental está mais inclinado a buscar respostas no sutil, e ser influenciado pela espiritualidade, o ocidental, pela ciência, no ceticismo.
No fim, o que funciona pode estar justamente na integração de ambas. O caminho do meio, mas esta é uma opinião e percepção própria.
P.A.T – Que benefícios as terapias trazem as pessoas? Qualquer pessoa pode fazer sessões de terapias de relaxamento e bem-estar? Existe alguma contraindicação?
Michele Sinohara: – Responder a essa pergunta sobre os benefícios é como responder a outra: “o que é terapêutico ou o que não é? ” Gosto de contar uma história sobre isso, que aprendi pela vida, mas no momento basta refletir sobre não haver nada na natureza que não seja terapêutico, porém depende para quem, em que momento, em qual dosagem ou quantidade. Entende o que quero dizer? Onde há vida, há possibilidade de terapia, porque vivemos buscando constante equilíbrio, equanimidade. Por exemplo, se alguém se queixa de dor de cabeça, esse alguém busca um alívio para essa dor, ou a cura. Esse é um benefício: aliviar ou sarar a dor de cabeça. Se outro se queixa de estresse, o benefício é relaxar. Se há insônia, as terapias regulam o sono. Os benefícios são tão possíveis quanto aquilo que o ser humano (ou animais, plantas, etc) pode apresentar de desequilíbrios. O meio ambiente adoece, inclusive, quando o ser humano adoece – como o que vimos na pandemia – e tudo à nossa volta. Porque estamos em sistema. O benefício de um também reflete no todo.
Qualquer pessoa em algum momento pode receber terapias, mas existe aquele conceito do que é terapêutico para quem, a dosagem, em que momento, e isso é repetitivo, mas é o questionamento mais eficaz para tomar uma decisão. O profissional que aplica uma terapia está lidando com pessoas e manipulando energia, corpos (e a anatomia, fisiologia, etc deles). É de grande responsabilidade e seriedade o terapeuta avaliar quem pode e quem não, e qual terapia poderia ser indicada para cada pessoa. Por exemplo, uma mulher gestando, ao receber uma massagem inadequada, aplicada de forma inapropriada, em determinado local do corpo, pode abortar. A avaliação do terapeuta, neste caso, inclusive, deve ser multidisciplinar, com a participação e autorização de um profissional médico, e da própria pessoa. Portanto, há sem dúvidas, contraindicações.
P.A.T – Estamos há mais de 2 anos falando de epidemias, e, conjuntamente de sistema imunológico. Existe alguma terapia indicada para fortalecimento do sistema imunológico? Dê detalhes.
Michele Sinohara: – Na minha opinião, e com base em tudo o que aprendi desde a minha formação em Farmácia, inclusive, qualquer terapêutica que atue na linha de frente da digestão primária está conversando com o sistema imunológico.
Veja bem, eu não sou epidemiologista, mas consigo compreender que a percepção que temos sobre tudo determina como digerimos a vida.
Um exemplo prático: a escolha do que vou comer nas minhas refeições, meus pensamentos, minhas ações, crenças, os meus sentidos, a forma como eu lido com a rotina, com os meus problemas e minhas relações, com meus sentimentos, a atividade do meu corpo ou a falta dela, a minha relação com o dinheiro ou a falta dele. Faz sentido o quanto tudo isso interfere na minha digestão? O sistema imunológico está atento a tudo isso.
Na Ayurveda fazemos uma relação da boa imunidade com o termo Ojas, que significa o Néctar da Vida. Para que um ser humano atinja Ojas, na visão desses indianos, todos os tecidos, órgãos, células, toda a nutrição tenha sido plena e completa em todos os aspectos, e então a energia transborda, em êxtase.
P.A.T – No que consiste a terapia para grávidas? Quais os benefícios que ela apresenta tanto para a mãe quanto para o bebê?
Michele Sinohara: – As terapias para as gestantes e bebês, com essas técnicas que trabalho, essencialmente resgatam o empoderamento da mulher quanto à sua força de decisão e criação. Na medicina alopática (bioquímica moderna) terceirizamos esse poder de certa forma aos médicos e às equipes de saúde, não é mesmo? Antigamente, os partos e a própria gestação em si tinha uma relação muito mais íntima com as comunidades, as parteiras eram mulheres anciãs de tribos ou aldeias, os pais e familiares participavam das decisões com outras famílias. Os medicamentos eram ervas, e na hora do parto em si, era propriamente a força interior da mulher, sua consciência e sua relação com o bebê que determinava muito a realidade da vida e daquele momento.
Os benefícios das terapias tailandesas e Ayurvédicas para ambos, mãe e bebê, são inúmeros: autoconhecimento, bem-estar de ambos, reconexão interna e familiar, acolhimento, humanização, mais sabedoria e simplicidade na relação da mulher com seu corpo, com sinais, com escuta ativa e atenta, consciência, resiliência. E uma novidade: em termos de epigenética também. As novas gerações de crianças podem ter mais possibilidade de chegarem e se desenvolverem mais saudáveis mesmo que os pais tenham históricos de doenças crônicas, genéticas ou degenerativas.
Mas esses benefícios se estendem à família e à toda rede de apoio à mulher e a criança como um todo. Como deve ser, e se conduzido da forma mais apropriada.
P.A.T – Conhecemos a terapia Wùo Taï através da sua apresentação. É verdade que só existem 14 profissionais habilitados com a técnica no Brasil?
Michele Sinohara: – Quando concluí o curso, sim. Isso foi em outubro-novembro/2020.
Os franceses que criaram a técnica não retornaram depois disso ao Brasil, mas posso estar desatualizada quanto aos números, ainda que algum terapeuta tenha se formado no exterior, ou outra razão.
Mas somos bem poucos. Há alguns em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília. Acredito que estes sejam os polos da terapia atualmente.
P.A.T – No que consiste a terapia Wùo Taï, sua origem e seus benefícios?
Michele Sinohara: – É um tanto complexa a explicação, talvez um dia tenham a chance de conhecer o Roland e a Natalie, os franceses que desenvolveram Wùo Taï, e eles possam simplificar o que vou escrever. Mas eu entendo que Wùo Taï não é essencialmente uma terapia. São gestos que passaram por um estudo de mais de 20 anos da vida dos criadores, baseados em experiências com danças, técnicas de massagem, estudos de fisioterapia, osteopatia, “body work” (ou trabalho corporal, como dizemos). Tomaram influências orientais e ocidentais para tanto e, dentro disso, caminhos para tornar esses gestos terapêuticos foram desvendados.
Quanto aos benefícios, posso dizer apenas alguns daqueles que estudei, sobre o módulo de articulações e sistema músculo esquelético: alívio de dores, trabalho nas fáscias, relaxamento muscular, mental e emocional, correções posturais, melhoria de flexibilidade, mobilidade, entre outros.
P.A.T -Além dessa terapia, há outros diferencias relacionados as terapias? O que mais os clientes podem encontrar no seu espaço?
Michele Sinohara: – As terapias tailandesas e Ayurveda são pouco conhecidas do Brasil ainda, e isso em si é um diferencial. Nós brasileiros inclusive temos um potencial enorme para aprender a diferenciar o que é terapia de massagem, em si. É conceitual. Além disso, culturalmente não temos ainda o hábito de fazer terapias na sua diversidade, pelo menos não do ponto de vista preventivo e preservativo à vida, ao prazer como bem estar e à longevidade.
No meu espaço, além das terapias de forma individual, os clientes poderão ter acesso a programas como consultoria, terapias híbridas (ou integradas), metodologia que estamos desenvolvendo, inclusive de conteúdo online, além de vivências, grupos de estudos, cursos e workshops, oficinas de culinária, produtos físicos e retiros (futuramente).
A intenção é que se torne na região uma referência terapêutica para a saúde da mulher e da família. Esse é o meu sonho e um propósito de trabalho.
P.A.T – Por falar em espaço, como os clientes podem contatá-la?
Michele Sinohara: – Os caminhos são diversos.
Vou deixar meu contato telefônico/whatsApp: (11)97547-5277
Além disso, podem me encontrar pelo Instagram ou Facebook como @michelesinohara.terapeuta.
Ou pelo site michelesinohara.com.br.
As redes sociais estão sempre atualizadas, e o contato é feito diretamente comigo. Faço questão, enquanto posso, de responder a cada pessoa que entra em contato buscando a ferramenta das terapias Thai e Ayurveda.
Tenho um canal no Youtube também: SinoharaMi
E compartilho com vocês que podem me seguir no Spotify com minha composição e música lançada “On Namo Lotus”, e futuros trabalhos musicais para fins terapêuticos e medicinais.