Entrevista com Célia Rossi, a Pioneira em Home Care no Alto Tietê
Você sabia que em 1991 iniciava no Alto Tietê a primeira empresa de Home Care na região? Ainda quando pouco se falava no assunto, pouco se sabia sobre o tema, uma enfermeira de Ribeirão Preto, ousou e foi a protagonista de um estilo de atendimento em saúde na casa do paciente que hoje é consagrado em todo país: o Home Care.
Entrevistamos a Coordenadora de Gestão do Grupo Lótus, a Enfermeira Célia Maria Rossi, responsável por nos apresentar o projeto de clínica especializada mais diferenciada de toda a região.
P.A.T : – Em todo momento da apresentação do residencial, a palavra mais utilizada foi clínica especializada. O que é clínica especializada?
Enf. CÉLIA: – O conceito de clínica especializada da Lótus, é porque temos além do atendimento de hotelaria que um residencial oferece, uma equipe multidisciplinar voltado para as diferentes necessidades e fases de cada cliente. Na clínica possuímos uma equipe de médicos 24h, enfermeiro, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e todo suporte necessário para que esse cliente seja bem atendido, sendo ele independente ou assistido, que precise de cuidados básicos ou avançados, como suporte de oxigênio e ventilador mecânico. Esse é o grande diferencial da Lótus, que a coloca fora dos parâmetros de comparação, uma vez que une o melhor do residencial com o melhor da clínica.
P.A.T: – Nos chamou muito a atenção a organização, a limpeza e o ar de casa da vovó mesmo. Essa ideia é proposital? De onde nasceram estes conceitos?
Enf. CÉLIA: – Que bom que houve essa percepção, ficamos felizes que o conceito seja entendido e vivenciado na prática. São mais de 28 anos de experiência na área de saúde. Temos muito orgulho de ter sido os pioneiros em Home Care em todo Alto Tietê. Para que entenda melhor, em 1991 estas discussões estavam avançadas na Europa, onde grupos como o Medlar em Portugal tratavam do tema residencial para idosos e hoje é muito comum residenciais espalhados por toda a Europa. Em 1991 esse tema ainda era novidade no país, e nós do grupo Lótus começamos nosso atendimento Home Care tendo como primeira operadora credenciada a Blue Life. Essa competência, experiência e sensibilidade para o cuidado com os idosos nos deu capacidade de ofertar hoje já há 28 anos atendimento especializado em Home Care e clínica assistida multidisciplinar.
P.A.T: – Em toda a região, ainda não vimos um local preparado com a estrutura existente para o paciente em cuidado paliativo. O que a levou a pensar nesse atendimento?
Enf. CÉLIA: – Costumo dizer que o melhor lugar do cliente é na residência, ou, quando na impossibilidade desta, em um local apropriado, especializado, pensado tanto nas questões técnicas quanto na humanização do cliente. A humanização reflete todos os valores e sentimentos que são imateriais, que não se pode visualizar nem tocar, mas que é profundamente sentido e representa a espiritualidade que nos rege, independentemente de religiosidade. Nesse sentido o cliente é assistido 24 h por equipe médica, cuja coordenação médica é responsabilidade do médico, Dr. Gabriel Rossi Santos.
P.A.T: – Percebe-se ao longo da entrevista que não estamos falando com uma empresária do setor de saúde, mas, algo a mais, de uma profissional com sensibilidade para o processo de envelhecer que sabe como tratar e até mesmo se colocar como pensa essa cliente e que por isso precisou ser empresária. O que a motivou ingressar nesse segmento?
Enf. CÉLIA: – Iniciei minha carreira profissional na USP de Ribeirão Preto, onde me formei como enfermeira e atuei sempre na área de Neurologia. Alguns anos depois nos fixamos em Mogi das Cruzes e em 1991, depois de muitos cursos na área, inovamos ao implantar o primeiro Home Care do Alto Tietê. De lá para cá, nos especializamos cada vez mais. Hoje, além de todo cuidado com o assistido na sua própria residência, realizamos exames de imagem, raio x, coleta de exames laboratoriais até a montagem de uma “mini-UTI” na casa do cliente.
Conforme nossas habilidades e experiências a frente do Home Care e logo depois da clínica com pacientes assistidos, nossa sensibilidade e acurácia se voltaram a atender as necessidades de um cliente que precisava mais do que estávamos ofertando. Esse cliente precisava de segurança, de conforto, de tranqüilidade, de um local só dele e com toda a estrutura que já era fornecida na residência dele. Dessa necessidade, desse olhar mais sensível nasceu o Residencial de Longa Permanência da Lótus.
P.A.T: – Nos assusta um pouco o momento em que vivemos. De norte a sul do Brasil, o idoso continuou sendo visto como um ‘fardo” e um “risco” para o sistema de saúde, seja público ou privado. Essa possivelmente é a mesma visão que se tem do idoso quando necessita de cuidados familiares? O que esperar, sinceramente, sobre uma nova cultura de valorização do idoso?
Enf. Célia: – Nossa raiz é cultural. Olhe uma criança, um recém-nascido, ele te remete ao início da vida, a esperança. Ao olhar o idoso, você enxerga o porta-retrato, o envelhecimento, o fim de um ciclo. Evitamos olhar o porta-retratos porque de certa forma estamos olhando para nós mesmos.
Hoje filho e filha não querem cuidar do pai e da mãe. Valores que são a base de sustentação e formação de qualquer sociedade sadia estão esquecidos e se perdendo. O resultado disso é uma geração individualizada, que prefere passar 2 horas no celular a 5 minutos de conversa em família, que aceita com normalidade vídeos, programas e artigos que denigram os valores como ética, respeito, honestidade.
Infelizmente, o que se pode esperar de tudo isso, são novas gerações de idosos abandonados, esquecidos, e, agora, para complicar mais, uma geração entre 30 a 40 anos abandonada pelas seqüelas e comorbidades que foram geradas nessa pandemia e também pelo próprio covid19.
Por outro lado, há filhos que desejam cuidar de seus pais, mas existe a dificuldade por conta da rotina, da logística porque as vezes esse filho mora em outra cidade, sua família já está estabelecida em uma determinada região e existe a dificuldade de adaptação, do espaço que o idoso terá que acostumar a ficar e , na maior parte destes casos os pais demandam de cuidados específicos que os filhos não conseguem oferecer.
Nestes e em todos os casos apresentados anteriormente, a Lotus acolhe o idoso e abraça esse familiar com uma rede de suporte e cuidados.
A Lótus é esse fio de esperança que luta contra essas adversidades e apresenta ao idoso ou familiar , de baixa a alta complexidade de cuidados, um espaço ÚNICO, onde o RESPEITO é a PEDRA FUNDAMENTAL e a razão de ser do grupo Lótus.