Para especialista da ESPM, apesar do avanço do ESG, há barreiras culturais que dificultam a valorização dos atletas paraolímpicos
As Paralimpíadas de Tóquio vão até 5 de setembro e serão dias de superação para atletas e pódios emocionantes, assim como aconteceu nas Olimpíadas. Mas, mesmo em tempos de valorização das práticas ESG por parte das grandes empresas, o evento ainda atrai menos a atenção de anunciantes, patrocinadores e mídia. Por quê?
Para o coordenador do Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental – Ceds, professor Marcus Nakagawa, a diferença de visibilidade entre os Jogos tradicionais e as Paralimpíadas é justificada por questões culturais do país. “É um reflexo de como realmente é inserido o ESG, a diversidade e a inclusão nas empresas”, diz Nakagawa. “Os patrocinadores que tanto fizeram durante os Jogos Olímpicos deveriam ter ampliado ainda mais suas ações nas Paralimpíadas para dar mais visibilidade.”
Em paralelo, as empresas de transmissão dos jogos também deveriam ampliar a cobertura dos Jogos Paraolímpicos, segundo Nakagawa. “É um sistema em que todos precisam realmente incluir para que haja uma ampliação nas questões do ESG em todas as organizações da sociedade.”
O especialista lembra que o Japão, sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, é culturalmente mais expressivo nesses temas. “O Japão tem melhores adaptações e mais leis, principalmente para a inclusão de pessoas com deficiência. O Brasil tem muito o que aprender, apesar das leis e das cotas. E o ambiente empresarial é o que mais tem a desenvolver nesses aspectos.”