Nos últimos dez anos, o mercado brasileiro de celulares deu destaque às marcas tradicionais. No entanto, com o surgimento de empresas chinesas, já é possível notar o crescimento de nomes como o da Xiaomi por aqui. Ainda assim, a sul-coreana Samsung detém quase metade da fatia do mercado de celulares no Brasil, tomando uma posição de destaque já ocupada pela Nokia em 2011.
Considerando um levantamento de janeiro de 2011 a janeiro de 2021, com dados da Statcounter, podemos observar que a queda da Nokia abriu muito espaço para as outras companhias. Ao mesmo tempo, é observado o crescimento de marcas como a Motorola e, anos depois, a saída de grandes nomes como LG e Sony do mercado.
Comparando as três marcas líderes no mercado nacional em 2011 com 2021, a Nokia detinha o primeiro lugar (51,91%), a Samsung o segundo (25%) e a Sony o terceiro (10,8%). Em janeiro deste ano, a Samsung detinha o primeiro lugar (45,29%), a Motorola o segundo (21,58%) e a Apple o terceiro (13,42%).
Imagem mostra comportamento do mercado brasileiro de celulares (mês a mês) de janeiro de 2011 até janeiro de 2021.
No entanto, também devemos observar os possíveis impactos da saída da LG do mercado de celulares. Desde o segundo semestre de 2015, o setor móvel da companhia sul-coreana registrou prejuízo operacional de US$ 4,1 bilhões. A LG, como forma de contenção de danos, passou a focar o seu negócio de dispositivos móveis em modelos intermediários, o que aconteceu com o lançamento do LG Velvet.
Em 2012, a companhia atingiu 11,08% da fatia de mercado nacional, que teve um pico de 16,84% em 2014. Já em dezembro de 2018, a LG voltou a figurar com menos de 10% de participação de mercado (9,85%). Com o ritmo de desaceleração, em janeiro de 2021 a marca detinha 6,55% da fatia nacional de celulares, e posteriormente anunciou o encerramento da operação.
Os dados da Statcounter, entretanto, divergem dos números registrados pela IDC no Brasil. Segundo a empresa de consultoria, a LG detinha 10% do market share brasileliro até 2020 e estava na terceira posição — espaço que agora será disputado pelas outras fabricantes. De acordo com o IDC Mobile Tracker, a Motorola vem em segundo com cerca de 26,6% da fatia de mercado nacional.
A briga pelo topo
A lacuna no mercado brasileiro, deixada pela saída da LG, agora, será disputada pelas outras marcas. Segundo a Statcounter, a Samsung, por exemplo, detém mais de 40% do mercado brasileiro de smartphones desde, pelo menos, dezembro de 2016. A Motorola, por sua vez, se mantém acima dos 20% (com uma breve oscilação em 2018 para 19%) desde dezembro de 2014, quando conquistou uma fatia maior do mercado.https://datastudio.google.com/embed/reporting/cb5ccf72-7066-4f8d-bb27-6b5543010cbe/page/kfNXC
Os números também indicam uma série de ações que são tomadas pelas companhias, tais como a ampliação de portfólio, investimentos em marketing e distribuição. Quem também vem ampliando sua operação no Brasil é a chinesa Xiaomi, que anunciou na última semana a inauguração de cinco novas lojas físicas no país, totalizando sete unidades.
A empresa chinesa chegou ao Brasil com uma operação enxuta, pela primeira vez, em 2015. Na época, trazia apenas um modelo de celular que disputava mercado com outros modelos de entrada. Já no ano seguinte, foram apontados indícios de que a marca deixaria o país, o que se concretizou em 2017.
Em 2019, a companhia “voltou” ao Brasil com uma operação em parceria com a DL Eletrônicos. Nessa reentrada, ela trouxe cerca de 100 produtos distintos, sendo sete smartphones. Até agora, já foram lançados 33 modelos de celulares e mais de 500 produtos no geral. Em maio de 2021, segundo a Statcounter, a Xiaomi atingiu 10,18% do mercado brasileiro.
Durante uma coletiva com a imprensa, Luciano Barbosa, head do projeto da Xiaomi Brasil, citou que a empresa vem sendo procurada por parceiros para atender a demanda de produtos, que foi impactada pela saída da concorrente. Ele reforçou que a empresa “é a favor do mercado mais aberto” para ampliar as opções do consumidor, mas como negócio, tentam atender o “fornecimento de produtos para compor essa lacuna de mercado”.
Em paralelo, Samsung e Motorola ampliam sua gama de produtos no Brasil. No caso da sul-coreana, atualmente existem seis modelos da linha Galaxy M (três de 2021) e 16 da linha Galaxy A (nove de 2021) no site da empresa. No site da concorrente, são seis aparelhos da linha Moto E (dois de 2021), dez da linha Moto G (cinco de 2021) e três da linha Edge (todos de 2021), composta por intermediários avançados.
Fonte: tecmundo.com.br