Líder da filantropia e cofundador do Bem Maior participou do Segundou
Educação e empreendedorismo são os principais instrumentos para resolver o problema da desigualdade econômica no Brasil, de acordo com Eugênio Mattar, que foi o convidado desta segunda-feira (23), no Segundou, no Instagram do CORREIO. Eugênio é cofundador do Movimento Bem Maior, uma organização que atua identificando, conectando e viabilizando iniciativas de impacto social para fortalecer o ecossistema filantrópico no Brasil.
Neste mês, o CORREIO está realizando junto com essa organização o Agosto da Filantropia, série de entrevistas com brasileiros que são referência em filantropia no país. Eugênio foi o quinto convidado da série que chega ao fim na próxima semana, com Priscila Cruz, presidente do Todos Pela Educação.
Para Eugênio, a educação é uma forma de dar consciência e conhecimento para as pessoas serem mais produtivas. No entanto, para ele, o empreendedorismo é mais eficiente quando se buscam resultados imediatos. “Você pode pegar uma pessoa de uma comunidade simples, eventualmente carente, mas que tem muitos empreendedores, e se você coloca uma oportunidade na mão desta pessoa, ela move mundos e aí ele impacta muita gente”, diz o empresário.
Mas, para estimular o empreendedorismo, Eugênio afirma que é necessário maior liberdade econômica, porque, segundo ele, esse é um elemento que simplifica o processo de empreender. “A educação, embora seja fundamental, demora um tempo [para dar retorno]. Mas o empreendedorismo é para já. Se a pessoa tem bom caráter e vocação para o que faz, ela faz acontecer muito rápido”.
Como outros convidados que participaram do Segundou – Agosto da Filantropia, Eugênio defendeu que qualquer um, mesmo que não tenha dinheiro sobrando, pode praticar a filantropia: “A filantropia mais comovente, mais bonita, é feita pelas pessoas mais simples. Você pega na história, por exemplo, o Gandhi, que não tinha nada. Mandela. A filantropia não é torrar dinheiro. É lutar por causas, ajudar pessoas… Quem não pode ajudar outra pessoa? Todos nós podemos”.
Eugênio ressaltou ainda que a filantropia “contagia” as pessoas e esse hábito pode ser transmitido de um indivíduo para outro: “Quando você ajuda uma pessoa, ela ganha consciência de que pode ajudar outra. A filantropia é uma corrente virtuosa. Todos podem praticar filantropia, porque todos nós temos mais que precisamos”.
Quando questionado sobre quem são as pessoas que o inspiram, Eugênio voltou a falar em Gandhi: “Me inspiram pessoas que lideram causas, como Gandhi. Quem não conhece Martin Luther King, que lutou pelos direitos raciais nos EUA? Sou dos anos 60 e 70. Nos EUA, há até pouco tempo, os negros andavam de um lado da calçada e os brancos, do outro. O banheiro era de negros e brancos e as escolas também. E Luther King promoveu uma mudança sem uma gota de sangue, mas na base da paz”.
Finalmente, o empresário, que é presidente do Conselho de Administração da Localiza, falou sobre aquilo que o faz feliz e que o deixa pessoalmente realizado. E ele assegurou que não é o dinheiro: “O resultado do seu trabalho costuma estar muito no seu bolso e nos bens que você compra. Mas não há nada que lhe faça mais bem do que ver o impacto que aconteceu numa pessoa que você ajudou”.
Novamente, ele destacou que a filantropia vai muito além do que simplesmente doar dinheiro: “É doar tempo, é doar conselho. É orientar. Por exemplo, se tem uma pessoa em sua casa que trabalha com você, você pode orientar a ela que caminho o filho dela deve trilhar. Isso é filantropia: sentir a dor do outro. Quando você faz o bem, você fica mais feliz”.
No final da conversa, Joca revelou uma surpresa: em 2022, tem o Janeiro da Filantropia e Eugênio Mattar confirmou que participará novamente.
Fonte: www.correio24horas.com.br