Faltam sete meses para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, prevista para os dias 6 e 7 de novembro, em Belém, o Brasil se prepara para reafirmar seu compromisso com o combate às mudanças climáticas, assumir responsabilidades maiores e buscar colaboração internacional para enfrentar os desafios globais da sustentabilidade.
A COP 30 é um evento fundamental para o avanço das negociações globais sobre mudanças climáticas e o Brasil, como uma das maiores economias e emissores de gases de efeito estufa do mundo, desempenha papel crucial nesse processo. O que se espera é que o país mostre comprometimento renovado com as metas climáticas, como redução de emissões de gases de efeito estufa, alinhando-se aos objetivos do Acordo de Paris e contribuindo para a implementação de soluções globais para enfrentar os desafios.
Para Marcelo Souza, presidente do Instituto Nacional de Economia Circular (INEC) e CEO da Indústria Fox, a COP 30 também é uma oportunidade de se discutir as mudanças significativas da percepção dos problemas globais a serem enfrentados pela humanidade nos próximos dois e dez anos, como mostra o Relatório de Riscos Globais de 2025, do Fórum Econômico Mundial.
“Em dois anos, os principais agravantes a serem enfrentados são conflitos armados entre estados, desastres naturais e eventos climáticos extremos, além de crises de custo de vida. No entanto, olhando para um horizonte de uma década, riscos ambientais dominam a lista, representando quatro dos cinco principais perigos a serem vivenciados”, alerta Souza.
O especialista explica que a comparação entre os cenários dos próximos dois e dez anos impõe a necessidade urgente de ajustes nas políticas atuais. “A implementação de uma economia circular é uma das poucas opções viáveis que temos para enfrentar esses desafios de maneira eficaz. Ao adotar práticas circulares, podemos não apenas mitigar os impactos negativos dos riscos ambientais, mas também criar um futuro mais sustentável e resiliente”, observa.
Durante a conferência, o país também terá de lidar com desafios internos, como a pressão por políticas de desenvolvimento econômico que não comprometam seu compromisso com a sustentabilidade. O equilíbrio entre crescimento econômico e preservação ambiental será um ponto de discussão importante e o Brasil terá a oportunidade de demonstrar como é possível conciliar essas duas dimensões, visando um futuro mais sustentável.

Mais sobre Marcelo Souza: químico e engenheiro de produção e mecânica. Tem MBA Internacional em Administração pela FGV, MBA pelo Instituto Universitário de Lisboa, pós-MBA em Tendências e Inovação e Formação de Conselheiro de Administração pela Inova Business School. É mestre em Administração pelo Instituto Universitário de Lisboa, com especialização Transformação Digital pelo MIT e em Economia Circular pela Universidade de Berkeley Extension. É CEO da Indústria Fox – Economia Circular e suas subsidiárias, presidente do Conselho de Administração da Ilumi Materiais Elétricos, conselheiro e diretor de Meio Ambiente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) – Regional Jundiaí e membro do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da Fiesp. Professor da PUC de Campinas, é membro da Coalizão Empresarial por um Tratado dos Plásticos e presidente do INEC – Instituto Nacional de Economia Circular. Também escritor, agora publica seu terceiro livro, a antologia Reciclagem de A a Z, que reúne conhecimentos de especialistas em economia circular e reciclagem.
