O Papanicolau é um exame simples, mas que ainda causa receio entre o público feminino. Com a coleta de células do colo útero, enviadas para laboratório, é possível detectar precocemente o câncer de colo de útero, que segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Em 2020, a estimativa de novos casos era de mais de 16 mil descobertas.
Os mitos que cercam esse exame ainda são muito difundidos e acabam confundindo a cabeça das mulheres. A ginecologista credenciada da Paraná Clínicas, Dra. Camila Mendes (CRM-PR 32136, RQE 26736) esclarece as principais dúvidas.
Qual a importância do exame Papanicolau? E quais doenças ou problemas podem ser identificados a partir do exame?
O objetivo do exame preventivo ou Papanicolau é detectar precocemente lesões precursoras do câncer de colo de útero. Sabe-se que hoje, no ranking das causas de câncer em mulheres no Brasil, o câncer do colo do útero ocupa a terceira posição, ficando atrás apenas do câncer de mama e do câncer colorretal. Já no que se refere a mortalidade esse câncer ocupa o quarto lugar. Ao diagnosticar as lesões precursoras de câncer de colo de útero é possível, por meio do tratamento precoce destas lesões, evitar que isso se torne um câncer e assim diminuir sua incidência e mortalidade.
A partir de que idade e com que frequência é preciso fazer?
De acordo com o Ministério da Saúde e a OMS o exame Papanicolau deve ser feito em qualquer pessoa com colo de útero, entre 25 e 64 anos que já iniciaram atividade sexual. A frequência indicada pelo Ministério da Saúde é a cada 3 anos, após dois exames normais consecutivos realizados no intervalo de um ano. No caso de alguma alteração, essa frequência pode mudar e cada caso precisará ser avaliado individualmente. Pacientes HIV positivas ou imunossuprimidas não seguirão essa rotina preconizada. Essas pacientes necessitam iniciar seu rastreio mais precocemente e realizar os exames com um intervalo menor.
Mulheres virgens podem fazer?
Não há necessidade. O Papanicolau tem o intuito de diagnosticar precocemente lesões precursoras de câncer de colo de útero. Acontece que esse tipo de câncer é causado pelo papilomavírus humano, mais conhecido por HPV, e este é um vírus sexualmente transmissível, portanto não deve ser realizado em mulheres que não iniciaram atividade sexual.
Mulheres grávidas podem realizar o exame?
Sim. Sempre com a indicação de obstetras.
Existe uma fase do ciclo mais adequada para fazer a coleta? É possível coletar o exame menstruada?
O exame pode ser coletado em qualquer fase do ciclo menstrual, exceto durante a menstruação. Nada impede que o exame físico seja realizado no período menstrual, mas a presença de sangue pode atrapalhar o patologista na análise do Papanicolau.
É preciso fazer mesmo na menopausa ou após a retirada do útero?
O exame é indicado no Brasil até os 64 anos em pacientes com dois resultados consecutivos normais. Já as pacientes que tiveram seus úteros retirados precisam conversar com seus profissionais sobre a necessidade ou não de continuar coletando o exame. Muitas vezes, por exemplo, o útero é retirado, mas o colo do útero fica, e nesse caso a coleta deve continuar normalmente.
É normal sentir dor ou apresentar sangramento após a coleta?
Um leve desconforto e um discreto sangramento pode ocorrer no momento da coleta. Confiar no profissional escolhido e por mais que seja difícil, estar relaxada na hora do exame, pode diminuir muito o desconforto.
Ainda existem mulheres resistentes a realização do exame?
Muitas mulheres são resistentes a coleta por acharem que não há necessidade já que não sentem nada, mas é importante lembrar que o câncer de colo de útero é um câncer silencioso que só causa sintomas quando está muito avançado. Além disso, ele é um câncer com uma taxa de cura muito alta, desde que, descoberto precocemente, por isso a importância do exame de rotina.
Quais são os medos ou mitos mais comuns em consultório?
Um mito muito comum é achar que o exame é feito para diagnosticar corrimentos vaginais. O Papanicolau não tem esse objetivo, para isso existem exames específicos. Seu objetivo principal é o rastreio de lesões precursoras de câncer de colo de útero causadas pelo HPV.
Outro mito é: só me relaciono com mulheres, preciso colher mesmo assim? E a resposta é sim! O HPV pode ser transmitido pela pele e mucosa contaminada e não, necessariamente, necessita que haja penetração para o contágio. Homens trans também devem fazer a coleta.
E por último, apesar do preventivo ser realizado em mulheres acima dos 25 anos e a cada 3 anos, no caso de dois exames consecutivos anteriores normais, é imprescindível uma visita anual ao ginecologista para que seja realizada uma avaliação. E fica a dica, uso de preservativo associado a vacina para HPV e exame ginecológico de rotina salvam vidas!
Sobre a Paraná Clínicas
Fundada em 1970, a Paraná Clínicas é referência em planos de saúde empresariais e também atua na modalidade coletiva por adesão. Desde setembro de 2020, é operadora integrante da SulAmérica, o maior grupo segurador independente do Brasil. Carrega a missão de cuidar com excelência de empresas e pessoas, oferecendo como diferencial os programas de saúde preventiva e promoção de qualidade de vida. Com uma infraestrutura moderna e planejada em uma rede interligada, a Paraná Clínicas conta com sete unidades próprias em Curitiba e Região Metropolitana, chamadas de Centros Integrados de Medicina: CIM Araucária; CIM CIC – 24h; CIM Fazenda Rio Grande; CIM Rio Branco do Sul; CIM São José dos Pinhais; CIM Unidade Infantil – 24h (ao lado do Hospital Santa Cruz) e CIM Água Verde – onde também operam o Hospital Dia, projetado para oferecer o que existe de mais moderno em procedimentos eletivos, e o Centro de Infusão, estruturado para atender com excelência os pacientes de oncologia, hematologia e reumatologia. Mais informações em www.paranaclinicas.com.br.