A quem interessa a governança?

A quem interessa a governança?


Claudia Cataldi, cientista política, jornalista e escritora

Governança é fundamental. O termo, que tem ligação direta a governos, a governar, advindo do latim gubernare, popularizou-se na década de 1980 nos Estados Unidos, para controlar e fiscalizar atos, digamos, pouco republicanos de corporações, administradas de uma forma contrária aos interesses de seus stakeholders (acionistas).
No Brasil, o Tribunal de Contas da União (TCU) tem sido sua grande caixa de ressonância, a partir da presidência do ministro Augusto Nardes em 2012, quando foi dado início ao processo de formulação daquele que veio a ser, em 2017, o Decreto nº 9.203, que a regulamenta.
Através de seus mecanismos fundamentais – liderança, estratégia e controle -, a governança cria valor público para a sociedade com oferta de ferramentas adequadas para fiscalizar as decisões tomadas pela alta gestão, ajudando os governantes a conseguirem o tão sonhado alinhamento entre as leis orçamentárias, o planejamento estratégico e as contratações públicas.

A partir, portanto, da instituição da tríade, estaremos capacitados a avaliar, direcionar e monitorar as iniciativas e decisões da alta administração, potencializando uma estruturação de tamanha capilaridade com a cultura de gestão, que seja baseada em transparência, resultados, eficiência e, sobretudo, participação.
Outro benefício de instituí-la é sua capacidade de auxílio aos governantes em obterem os melhores resultados de forma célere, gerando políticas públicas muito mais eficientes para os beneficiários, a população.
A boa notícia é que todos podem ajudar. O TCU, sensível a isso, gerou um aplicativo chamado #EuFiscalizo, no qual a população pode contribuir nesse processo, através do envio de fotos e textos para apontar possíveis suspeitas de irregularidades em obras federais, como, por exemplo, construções de hospitais ou reformas de escolas, estabelecendo um link entre a governança e o cidadão.
Na prática, onde há governança, há confiança. E onde há confiança, há investimento. Simples
assim.
E a melhor e certamente mais atrativa parte de implementar a governança é que ela beneficia também os mandatários de diplomas, já que a sua instituição ajuda e muito a ganhar votos. Afinal, que eleitor não escolheria um governo eficiente, eficaz e efetivo?Claudia Cataldi, cientista política, jornalista, escritora e diretora de Comunicação e Marketing da Rede Governança Brasil** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Editoria O DIA

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